A MUDANÇA DO COMPORTAMENTO HIGIÉNICO _ Por Marcelino Sinete Pangaia


 PROJECTO SOBRE

A MUDANÇA DO COMPORTAMENTO HIGIÉNICO DA COMUNIDADE E A MELHORIA DOS SISTEMAS DE ÁGUA E DE SANEAMENTO DO DISTRITO DE FUNHALOURO PROVÍNCIA DE INHAMBANE - MOÇAMBIQUE


Trabalho apresentado no Programa de Doutoramento em Estudos de Desenvolvimento, 1ª Edição - 2020/2021 da Universidade Politécnica, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor.

 

 

Orientador: Prof. Doutor Gorka Espiau  

 

 

MAPUTO - MAPUTO

Fevereiro, 2024

 

Marcelino Sinete Pangaia

 

 

 

Trabalho: Projecto sobre a mudança do comportamento higiénico da comunidade e a melhoria dos sistemas de abastecimento de água e de saneamento do Distrito de Funhalouro, Província de Inhambane - Moçambicana.

 

 

Trabalho defendido no dia _______/_________/ de 2022 e aprovado pelo júri constituído dos seguintes Membros:

 

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Prof. Douctor Gorka Espiau

 

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MAPUTO - MOÇAMBIQUE

Fevereiro, 2024

DEDICATÓRIA 

Marcelino dedica este trabalho à Andreia Serra,
Natália Folgado e Fernando Ribeiro. 
Obrigado a vocês por manter o sorriso em meu rosto.


AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a valiosa contribuição feita ao presente trabalho pelo docente do Seminário Introdutório I do Programa de Doutoramento em Estudos de Desenvolvimento 1ª Edição da Universidade Politécnica, Prof. Doutor Gorka Espiau.

 

Agradecimentos são também devidos à Equipa de Docentes e Corpo Técnico Administrativo do Instituto Superior de Altos Estudos e Negócio, ISAEN da Universidade Politécnica por ter tornado realidade o Programa de Doutoramento em Estudos de Desenvolvimento da 1ª Edição 2020/2021.

 

Sou grato a minha esposa por me incentivar a continuar com os estudos e a consentir sacrifício para obter o grau de Doutor.

 

 

Marcelino Sinete Pangaia

 

“A actualidade, enquanto renovação continuada, pereniza a ruptura com o passado… O pensamento político contaminado pela actualidade do espírito do tempo, e desejoso de enfrentar a pressão dos problemas da actualidade, é carregado de energias utópicas – porém, esse excedente de expectativas deve ser controlado pelo contrapeso conservador de experiências históricas” (HABERMAS, 2003. P. 9-10).


Resumo

O presente Projecto visa demonstrar os passos para a mudança do comportamento higiénico da comunidade e a melhorar os sistemas de água e de saneamento do distrito de Funhalouro, Província de Inhambane - Moçambique assim como, indicar uma ferramenta para potencializar a referida comunidade a eliminar as doenças relacionadas com a água e o saneamento e sugerir aos comités comunitários daquele distrito, métodos que podem levar à gestão comunitária dos sistemas de água e de saneamento. Estes passos são denominados Espiral de Inovação (Imagem).

Palavras-chaves: Passo, Actividade, Ferramentas.


Sumário 

1.     Introdução

2.     Descrição do caso.

3.     Espiral da Inovação

3.1  Passo n° 1: Escuta

3.1.1       Actividade 1: Histórias comunitárias

3.1.2       Actividade 2: Problemas sanitários na nossa comunidade

3.2  Passo n° 2: Análise dos problemas

3.2.1       Actividade 1: Mapeamento da água e do saneamento da comunidade

3.2.2       Actividade 2: Bons e maus comportamentos higiénicos

3.2.3       Actividade 3: Investigação das práticas comunitárias

3.2.4       Actividade 4: A forma como as doenças propagam-se

3.3  Passo n° 3: Planificação para as soluções

3.3.1       Actividade 1: Bloqueio das rotas de transmissão das doenças

3.3.2       Actividade 2: Escolha das barreiras

3.3.3       Actividade 3: Tarefas dos homens e das mulheres na comunidade

3.4  Passo n° 4: Selecção das opções

3.4.1       Actividade 1: Escolha dos melhoramentos no saneamento

3.4.2       Actividade 2: A escolha de comportamentos higiénicos melhorados

3.4.3       Actividade 3: Uma pausa para perguntas

3.5  Passo n° 5: Planificação de novos sistemas e de mudança de comportamento

3.5.1       Actividade 1: Planificação para a mudança

3.5.2       Actividade 2: Planificação de quem faz o quê

3.5.3       Actividade 3: Identificar o que pode eventualmente falhar

3.6  Passo n° 6: Planificação da monitorização e avaliação

3.6.1       Actividade 1: Preparar a verificação do nosso progresso

3.7  Passo n° 7: Avaliação participativa

3.7.1       Actividade 1: Verificação do nosso progresso

4.     Criando um jogo de ferramentas

5.     Conclusão

6.     Apreciação crítica

7.     Referência


 

Introdução

O presente trabalho descreve a espiral de inovação que consiste em sete passos. Os primeiros cinco ajudam a levar o grupo comunitário pelo processo de desenvolvimento de um plano para prevenir as doenças diarréicas, através do melhoramento do abastecimento de água, dos comportamentos higiénicos e do saneamento. Os sextos e sétimos passos envolvem a monitorização (ou seja, verificação do progresso) e a avaliação. A informação adquirida a partir destas actividades, é utilizada para determinar se o plano foi bem-sucedido.

Cada passo contém entre uma e quatro actividades. As instruções sobre como facilitar cada actividade, são dadas sob os seguintes títulos:

·       Propósito

·       Tempo

·       Materiais

·       O que fazer

·       Notas

A maior parte das actividades exige o uso de desenhos ou de um quadro, chamado “ferramentas”, para ajudar a facilitar o debate.

A revisão da literatura, mostra os sete passos, esboça as actividades para cada passo e as ferramentas empregues.

  

 

1.               TEMA/TÍTULO:    PROJECTO SOBRE A MUDANÇA DO COMPORTAMENTO HIGIÉNICO DA COMUNIDADE E A MELHORIA DOS SISTEMAS DE ÁGUA E DE SANIAMENTO DO DISTRITO DE FUNHALOURO, PROVÍNCIA DE INHAMBANE - MOÇAMBIQUE

 

O Prefácio do Manual de Implementação dos Projectos de Abastecimento de Água Rural (MIPAR), editado em Maputo, instrui o seguinte: o governo moçambicano, tem vindo a redobrar esforços no sentido de melhorar o abastecimento de água às comunidades rurais e assegurar a sustentabilidade dos sistemas de abastecimento de água e dos investimentos nessa área.

 

No que refere a água rural, a política (nacional) de água define que os beneficiários devem participar em todas as fases de um projecto de abastecimento de água como forma de garantir a sustentabilidade das infra-estruturas e, que o governo deve deixar de implementar directamente os serviços, cabendo-lhe sobretudo a responsabilidade de normar (criação de normas), regulamentar, coordenar e orientar actividades do subsector.

É neste contexto, que se enquadra a elaboração do manual de implementação de abastecimento de água rural (MIPAR), que orienta e harmoniza a participação de todos os investimentos na implementação de projectos de abastecimento de água rural, por um lado, e por outro, enfatiza e privilegia a participação comunitária em todo ciclo de projecto a fim de contribuir para um desenvolvimento sustentável.

 

Os trabalhos de promoção de higiene individual junto às comunidades irão acompanhar todas as fases do ciclo do projecto.

Um aspecto a sublinhar no ciclo do projecto é que, em princípio, o financiamento para as obras novas é responsabilidade do governo e será feito através do investimento público e dos parceiros de cooperação.

Entretanto, as comunidades serão convidadas a comparticipar nos custos de capital, o grau e a forma dessa participação dependerão do local e tipo de serviço. A contribuição da comunidade como manifestação de interesse para ter uma fonte pode ser em valor monetário ou em mão-de-obra. A Administração distrital será responsável pela supervisão dos trabalhos junto às comunidades.


2.         Delimitação do Tema e Justificativa da sua Relevância

2.1       Delimitação do Tema

Participação e Educação Comunitária, Promoção de Higiene e Saneamento

O Governo em colaboração com os parceiros de Cooperação e Desenvolvimento, estão a implementar um Programa integrado de abastecimento de água e saneamento, uma iniciativa que resulta duma parceria,  para apoiar os esforços para atingir as suas metas no abastecimento de água e saneamento, conforme estabelecido na Política de Água, no Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta e nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs), sendo os resultados esperados do programa seguinte:

  • O número de infra-estruturas de abastecimento de água e saneamento planeado é construído/ou reabilitado de acordo com os padrões técnicos.
  • Os Comités de Água, artesãos e/ou mecânicos locais são treinados, estabelecidos e funcionais na prestação de serviços.
  • Instituições técnicas a nível provincial (departamento de água e saneamento) e distritais e municipal (serviços distritais de planeamento e infra-estruturas  e/ou vereações) são capacitadas e totalmente operacionais em procedimentos técnicos e administrativos e cooperação/comunicação.
  • Estratégias do sector e o Plano Director para o Abastecimento de Água e Saneamento da Província de Sofala são discutidos e desenvolvidos no quadro de um diálogo do sector a nível provincial.

As actividades contempladas neste programa incluem levantamentos da situação actual de Abastecimento de Água e Saneamento Rural, estudos de Conhecimentos, Atitudes e Práticas (CAP), Participação e Educação Comunitária (PEC), Construção e reabilitação de fontes de água, Construção e reabilitação de pequenos sistemas de abastecimento de água e apoio na construção de infra estruturas de saneamento familiar e escolar. Todas as actividades serão realizadas tanto nas comunidades e escolas nos distritos seleccionados.

Neste contexto, o Governo do Distrito em coordenação com a Direcção Provincial das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos pretendem contratar um provedor de serviços na área social para realizar uma consultoria de Participação e Educação Comunitária, Promoção de Higiene e Saneamento   (PEC/PHS)   no Distrito de Funhalouro.

3. OBJECTIVOS

Gerais

Os objectivos gerais da consultoria, são:

·                Realizar as actividades de Participação e Educação Comunitária, Promoção de Higiene e Saneamento (PEC/PHS) com vista a um adequado envolvimento dos beneficiários (comunidades, escolas, centros de saúde e autoridades locais) na construção, gestão e manutenção das infra-estruturas de Água e Saneamento, incluindo a formação e operacionalização de grupos específicos para acompanhamento local;

Específicos

Os objectivos específicos de PEC/PHS são:

·                Identificar as práticas de riscos relacionados com Água, Higiene e Saneamento do meio  que perigam a saúde da comunidade;

 

4. GRUPOS FOCAIS

As acções do PEC/PHS devem circunscrever-se nos seguintes grupos focais:

 

Nível Comunitário

  • Líderes comunitários e informantes chave na comunidade;
  • Activistas comunitários e ONGs/OBCs que eventualmente existam na comunidade;
  • Agentes sanitários e enfermeiros afectos/residentes nessas comunidades; e
  • Membros da comunidade (encorajar e envolver a participação dos grupos desfavorecidos e membros da comunidade que não desempenham papel de destaque) tendo em conta o equilíbrio de género.

 

5. LOCAIS E FASEAMENTO DAS ACÇÕES DO PEC-ZONAL

Os trabalhos do PEC/PHS serão realizados em todo o território (distrito) em referência, incluindo a totalidade das comunidades e escolas existentes. O provedor de serviços deverá privilegiar o estabelecimento de uma rede que cubra todo o território (distrito) recorrendo a activistas próprios e/ou de outras ONGs existentes. A identificação, formação e enquadramento do pessoal local como activista é considerado factor de sucesso pois permitirá a continuidade dos trabalhos pelas próprias comunidades.

Todo o trabalho de PEC/PHS deve ser confirmado e certificado pelos líderes comunitários, da divisão administrativa do governo e directores de escolas (ao nível de Localidade e Posto Administrativo). Os relatórios de PEC/PHS serão submetidos trimestralmente com a aprovação destes, sendo validados pela instituição de tutela (Direcção Provincial das Obras Publicas e Habitação). Os relatórios deverão ser submetidos em três exemplares para as seguintes instituições: o Governo local (Distrito), instituição de tutela na província (DPOPHS)   e ao  financiador para efeito de pagamentos.

O consultor deve usar metodologias participativas, adequadas para o alcance dos objectivos do Programa  e um cronograma de actividades detalhadas com as fases do trabalho apresentado.

 

6. INDICADORES

Durante a implementação do programa o consultor deve apresentar nos seus relatórios periódicos informação actualizada dos seguintes indicadores:

  1. Número de pessoas e famílias que abrange cada fonte construída;
  2. Número de famílias que construíram as suas latrinas;
  3. Número de famílias vulneráveis apoiadas pela comunidade na construção das latrinas;
  4. Número de famílias com copa e aterro sanitário;
  5. Número de activistas locais de água e saneamento treinados;
  6. Número de comités de água e saneamento constituídos;
  7. Número de Grupos de Manutenção formados e treinados;
  8. Número de mecânicos locais treinados e capacitados;
  9. Número de pessoas e/ou famílias abrangidas por campanhas de promoção de higiene;
  10. Número de postos de venda de peças sobressalentes das bombas manuais estabelecidas e sua cobertura territorial;
  11. Número de comunidades que iniciaram as suas contribuições.

  

7.      RESULTADOS ESPERADOS

Os resultados esperados do presente trabalho são:

  1. PEC realizado duma maneira efectiva e verificável em toda a extensão do território (distrito), incluindo comunidades, centros de saúde e escolas;
  2. Número de fontes avariadas (geral) no território (distrito) reduzido em pelo menos 50%.;
  3. Número de famílias sem latrinas familiares previstas coberto em 100%;
  4. Todas as fontes de água com um comité de água e saneamento e grupo de manutenção activos:
    1. Existência de elementos de comités de água e saneamento ou grupos de operação e manutenção (CAS/GOM) e conhecidos pela comunidade;
    2. O comité de água e saneamento recolhe as contribuições financeiras da comunidade para a compra de peças sobressalentes;
    3. O comité de água e saneamento realiza encontros periódicos;
    4. O comité de água e saneamento presta contas à comunidade;
    5. O comité de água e saneamento faz o monitoramento e avaliação;
    6. O grupo de operação e manutenção consegue identificar e ou diagnosticar as avarias; e
    7. O grupo de operação e manutenção realiza manutenção preventiva e pequenas reparações.
  5. Práticas de risco nos aspectos de água, higiene e saneamento do meio que perigam a saúde da comunidade reduzidas em pelo menos 50% durante o ano de trabalho:
    1. Número de famílias com latrinas;
    2. Número de famílias com aterro sanitário;
    3. Número de famílias com copa;
  6. Rede de activistas locais de saneamento estabelecida e cobrindo em todo  o território (distrito);
  7. Rede de mecânicos locais de bombas manuais estabelecida e cobrindo todo o território (distrito);
  8. Núcleos de saneamento de criança para a criança estabelecidos e activos em cada escola, fazendo a promoção de higiene por teatro, canto e dança e outros meios de comunicação;
  9. Material escrito de educação para Higiene, Água, Saneamento do meio e Saúde produzido e entregue às escolas (1 panfleto, 1 cartaz em português e em língua local); e
  10. Comunidades envolvidas e capacitadas de forma a dar continuidade às actividades. 

 

8.    COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO

O Governo Distrital em coordenação com a Direcção Provincial das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos de Inhambane (DPOPHRHI) é o órgão coordenador de todas as actividades de Participação e Educação Comunitária/ Participação de Higiene e Saneamento (PEC/PHS). A DPOPHRHI é responsável por assegurar que a componente técnica seja respeitada pelo provedor de serviços através de visitas regulares de monitoria. O provedor de serviços deverá trabalhar com o Departamento de Água e Saneamento (DAS) e os sectores de educação e desenvolvimento humano, saúde, Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas, Serviço Distrital de Saúde Mulher e Acção Social.

 

9.    METODOLOGIA

A metodologia de pesquisa deve ser guiada para o alcance dos objectivos e os resultados esperados da consultoria com ênfase em metodologias participativas e deve indicar no mínimo:

  • As várias etapas do trabalho;
  • O número de pessoal envolvido, em particular, técnicos médios, animadores e activistas de água e saneamento;
  • Número de activistas locais a formar por distrito e sua distribuição geográfica, cobertura em todo território;
  • Número de mecânicos locais a formar no distrito e sua distribuição geográfica, cobertura em todo território;
  • Número de aldeões formados no monitoramento e avaliação das actividades de saneamento por aldeia;

Sendo a mudança de comportamentos um processo que requer a contínua interacção  com o grupo alvo, apelar-se aos concorrentes potenciais parcerias com organizações/associações baseadas na comunidade ou implantadas no território (distrito).

  

7.         Revisão bibliográfica

Sete passos, rumo à planificação comunitária para a prevenção de doenças diarreicas

Passo n° 1 Identificação dos problemas

Actividades

Ferramentas

1.     Histórias comunitárias

2.     Problemas sanitários na nossa comunidade

1.     Cartazes não seriados

2.     Enfermeira Tanaka

 

Passo n° 2 Análise dos problemas

Actividades

Ferramentas

1.Mapeamento da água e do saneamento na nossa comunidade

2.Bons e maus comportamentos higiénicos

3.Investigação das práticas comunitárias

4.A forma como as doenças se propagam

1.Mapeamento Comunitário

 

2.Classificação em três pilhas

3.Quadro de bolsos

4.Rotas de transmissão

 

Passo n° 3 Planificação para as soluções

Actividades

Ferramentas

1.Impedir a difusão das doenças

2.Escolha das barreiras

3.Tarefas dos homens e das Mulheres na comunidade

1.Corte das rotas

2.Quadro sobre barreiras

3.Análise dos papéis

 

Passo n° 4 Selecção das opções

Actividades

Ferramentas

1.Escolha dos melhoramentos no saneamento

2.Escolha de comportamentos higiénicos melhorados

3.Uma pausa para perguntas

1.Opções em termos de saneamento

2.Classificação em três pilhas

3.Caixa de perguntas

 

Passo n° 5 Planificação p/ novos sistemas / mudança comportamental

Actividades

Ferramentas

1.Planificação para a mudança

2.Planificação de quem faz o quê

3.Indentificar o que pode eventualmente falhar

1.Cartazes de planificação

2.Cartazes de planificação

3.Caixa de problemas

 

Passo n° 6 Planificação para a monitorização e avaliação

Actividades

Ferramentas

1.Preparar a verificação do nosso progresso

1.Quadro de monitorização

 

Passo n° 7 Avaliação participativa

Actividades

Ferramentas

1.Verificação do nosso progresso

1.Várias opções em termos de ferramenta

 

8.         Passos e Actividades Por Realizar no âmbito Espiral de Inovação

Passo n° 1:

Identificação dos problemas

Este passo consiste em duas actividades.

1.     A actividade, Histórias comunitárias foi projectada para ajudar o grupo a exprimir preocupações e questões importantes que a sua comunidade enfrenta.

2.     A actividade Problemas sanitários na comunidade pretende focar o debate sobre assuntos relacionados com saúde.

Com a conclusão destas duas actividades, o grupo deverá ter identificado as principais questões que a sua comunidade enfrenta, a ter decidido se a diarreia constitui um problema prioritário. Ele também deve estar interessado e disposto a dar seguimento ao processo até ao passo seguinte.

 

Actividade 1: Histórias comunitárias

Propósito

·       Capacitar os membros do grupo na identificação de questões e problemas importantes que a comunidade enfrenta.

·       Ajudar a desenvolver uma sensibilidade de espírito de equipa e de entendimento mútuo

·       Gerar amor-próprio e criatividade por parte do grupo

Tempo

·       1 a 2 horas

Materiais

·        Ferramenta: Cartazes não seriados

·       Fita-cola

 

Actividade 2: Problemas sanitários na nossa comunidade

Propósito

·       Ajudar a identificar problemas sanitários importantes na comunidade e a descobrir quais desses problemas podem ser prevenidos através da acção comunitária.

Tempo

·       1 a 1,5 horas

Materiais

·       Ferramenta: Enfermeira Tanaka

·       Alfinetes, tachas ou fita-cola

·       Canetas e papel

Passo n° 2:

Análise dos problemas

Este passo compreende quatro actividades:

1.     A actividade de Mapeamento da água e do saneamento na comunidade, ajuda os participantes a mapearem aqueles problemas de água e de saneamento que podiam levar a doenças diarreicas.

2.     A actividade de Bons e maus comportamentos higiénicos, ajuda o grupo a examinar com mais atenção as práticas comuns de higiene e saneamento, e a identificação como estas podem ser boas ou más para a saúde.

3.     Actividade de Investigação das práticas comunitárias, é facultativa. Os participantes utilizam um quadro de bolsos para recolher e analisar os dados sobre as práticas reais na comunidade. O que as pessoas efectivamente fazem, pode ser comparado posteriormente com o que o grupo descobriu como sendo positivo ou negativo para a saúde, na actividade Bons e maus comportamentos higiénicos.

4.     A actividade de A forma como as doenças se propagam, faz com que os participantes examinem a forma como as fezes podem contaminar o meio e levar a doenças diarreicas.

Findo este passo, o grupo deve entender como algumas das suas práticas diárias comuns de higiene e saneamento, talvez estejam a causar doenças diarreicas. Em seguida ele será capaz de começar a considerar o que pode ser feito para melhorar estas práticas de modo a prevenir doenças diarreicas.

Actividade 1:

Mapeamento da água e do saneamento na comunidade

Propósito

·       Mapear as condições de água e de saneamento da comunidade e mostrar a sua interligação

·       Desenvolver uma visão e compreensão comuns da comunidade

Tempo

·       1 a 3 horas, dependendo da complexidade do mapa requerido

Materiais

·       Ferramenta: Mapeamento comunitário

·       O que estiver disponível: papel de jornal, marcadores, retalhos como por exemplo de algodão, botões, pedrinhas, contas e tecido

·       Autocolantes coloridos, se estiverem disponíveis

Actividade 3: Investigação das práticas comunitárias

Propósito

·       Ajudar o grupo a recolher, organizar e analisar informações sobre práticas individuais de saneamento na comunidade

Tempo

·       1 a 2 horas, dependendo do número de comportamento / práticas identificados, e do número de pessoas que fornecem informações

Materiais

·       Ferramenta: quadro de bolsos

·       Um quadro de bolsos (ou uma alternativa localmente construída, p.ex. frascos, latas)

·       Desenhos para colar no quadro de bolsos; frequentemente, os desenhos para a classificação em três pilhas podem ser utilizados)

·       Materiais de votação, p. ex. tiras de papel, sementes, seixos

·       Papel em branco e materiais de desenho para opções adicionais que talvez sejam inventadas pelo grupo durante o debate

 

Actividade 4: A forma, como as doenças propagam-se

Propósito

·       Ajudar os participantes a descobrirem e a analisarem a forma como as doenças diarreicas podem ser propagadas através do meio.

Tempo

·       1 a 1,5 horas

Materiais

·       Ferramentas: rota de transmissão

·       Grandes folhas de papel de jornal

·       Canetas ou marcadores de tinta colorida

·       Fita-cola

 

Passo n° 3:

Planificação para as soluções

Este passo compreende três actividades.

1.     A actividade Impedir a difusão das doenças, ajuda os membros do grupo a descobrirem formas de prevenir ou de “impedir” que as doenças diarreicas se alastrem por via das rotas de transmissão identificadas na actividade anterior.

2.     Actividade Escolha das barreiras, ajuda o grupo a analisar a eficácia e a facilidade das acções para cortar as rotas de transmissão, e a escolher quais delas é que eles próprios querem realizar.

3.     A actividade Tarefas dos homens e das mulheres na comunidade, ajuda o grupo a identificar quem seria capaz de realizar tarefas adicionais para introduzir as mudanças necessárias para prevenir as doenças diarreicas.

Depois de completar estas actividades, os membros do grupo devem ter identificado diversas formas de prevenir a diarreia na comunidade.

Actividade 1: Impedir a difusão das doenças

Propósito

·       Identificar as acções que podem ser tomadas para cortar as rotas de transmissão da doença

Tempo

Entre 30 minutos e 1 hora

Materiais

·       Ferramenta: corte das rotas

·       Desenho do corte das rotas (1 conjunto para cada pequeno grupo)

·       Diagramas das rotas de transmissão feita durante a actividade anterior

·       Papel

·       Canetas de tinta colorida ou marcadores

·       Fita-cola

 

 

Actividade 2: Escolha das barreiras

Propósito

·       Analisar quão eficazes são os cortes da rota e quão fácil ou difícil, eles seriam de concretizar.

Tempo

30 a 1 hora

Materiais

·       Ferramenta: quadro sobre as barreiras

·       Diagrama das rotas de transmissão do grupo, com os respectivos cortes das rotas

·       Fita-cola, alfinetes, tachas, etc,

·       Canetas e papel

Actividade 3:

Tarefas dos homens e das mulheres na comunidade

Propósito

·       Fomentar maior consciência e compreensão sobre quais são as tarefas em casa e na comunidade que são feitas pelas mulheres e quais que são feitas pelos homens

·       Identificar se alguma mudança na atribuição de tarefas seria desejável e possível

 

Tempo

·       1 Hora

Materiais

·       Ferramenta: análise dos papéis de género

·       3 Desenhos grandes: um de homem, um de uma mulher, e um de um homem e uma mulher juntos

·       12 ou mais desenhos que mostram as tarefas

·       Canetas e papel

Passo n° 4:

Eleição das opções

Este passo consiste em três actividades:

1.     A actividade Escolha dos melhoramentos no saneamento, ajuda o grupo a avaliar a situação do saneamento da comunidade e de decidir sobre as mudanças que pretende fazer

2.     A actividade Escolha de comportamentos higiénicos melhorados, ajuda o grupo a decidir em que comportamentos higiénicos ele pretende trabalhar com a comunidade.

3.     A actividade Uma pausa para pergunta, dá aos membros do grupo uma oportunidade de fazer perguntas e obter uma informação de retorno dos colegas, aumentando assim a confiança e auto-segurança do grupo.

Até ao fim deste passo, o grupo terá uma escolha baseada num conhecimento real sobre as mudanças nos sistemas e comportamentos higiénicos, que ele pretende fazer.

 

Passo n° 5:

Planificação para novos sistemas e para a mudança comportamental

Este passo consiste em três actividades:

1.     A actividade de Planificação para a mudança, ajuda o grupo a planificar os passos de acção para a implementação das soluções que escolheu.

2.     A actividade Planificação de quem faz o quê, ajuda o grupo a atribuir responsabilidades por cada passo de acção.

3.     A actividade Identificar o que pode eventualmente falhar, permite que o grupo preveja possíveis problemas e planifique formas de superar.

Actividade 1: Planificação para a mudança

Propósito

·       Capacitar os participantes para elaborarem um plano para implementar mudanças no saneamento e nos comportamentos higiénicos

Actividade 2: Planificar de quem faz o quê

Propósito

·       Ajudar a identificar quem vai assumir a responsabilidade pela realização dos passos que compõem o plano

·       Estabelecer um prazo para implementação do plano

Actividade 3: Identificar o que pode eventualmente falhar

Propósito

·       Levar o grupo a pensar em possíveis problemas na implementação do plano, e idear formas de os superar

Passo n° 6:

Planificação para monitorização e avaliação

Este passo tem só uma actividade: Preparar a verificação do nosso progresso. Nesta actividade, o grupo preenche um quadro para a monitorização (verificação) do seu progresso rumo à consecução das suas metas. São identificados alguns meios para medir o progresso, a sua periodicidade necessária e quem será responsável por fazê-lo.

Actividade 1:

Preparar a verificação do nosso progresso

Propósito

·       Estabelecer um procedimento para verificação do progresso

·       Decidir a periodicidade com a qual a verificação deve ser feita e quemdeve ser responsável por esta

·       Fixar uma data para a actividade de avaliação, que terá lugar com a comunidade mais ampla em alguma altura no futuro

Passo n° 7:

Avaliação participativa

Este passo é realizado depois da comunidade ter implementado o seu plano, talves seis meses ou um ano após o início do programa.

Esta avaliação participativa deve envolver tantas pessoas da comunidade quantas possível, assim como outros trabalhadores e oficiais comunitários, e talvez representantes da comunidade vizinhas. Estes passos deve ser divertido e deve ser uma celebração das realizações do grupo. Durante a avaliação o grupo vai identificar:

·       Quanto foi feito na comunidade

·       A parte do plano que ainda ficou por ser feita

·       O que foi bem-sucedido

·       Quaisquer problemas ou dificuldades encontyrados

·       Qualquer acção correctiva que é necessári tomar.

 

Análise Crítica 

O envolvimento comunitário ao longo do ciclo do projecto mostra-se importante sub ponto de vista de garantir que o cidadão faça parte na definição das prioridades de acções que devem ser levadas a cabo para a melhoria da qualidade de vida. Sobretudo, esta participação torna cada vez mais pertinente em face da escassez de recursos e por conseguinte os poucos disponíveis devem ser usados para suprir necessidades realmente prioritárias para a comunidade. Contudo, a referida participação e obtenção de consensos sobre o prioritário leva tempo que não é compatível com as emergências com que se deparam os países considerados da periferia. O Tempo que se leva para discutir prioridades pode resultar no maior sofrimento da comunidade.

 

7 Referências

1.      Almedon AM, Blumenthal U & Manderson L. Hygiene evaluation, procedures: aproaches and methods for assessing water- and sanition-related hygiene practices, International Nutrition Foundation for Developing Contriies (INFDC), 1977

2.      Narayan D. & Srinivasan L. Participatory development tool Kit, training materials for agencies and communities. Washington, Banco Mundial, 1994.

3.     ↑ Pretty JN et al. A trainer`s guide for participatory learning and action. Londres, International Institute for Environment and Development, 1995 ( IID Participatory Methodology Series).

 

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